quarta-feira, 31 de março de 2010

DEBATES COM ESPECIALISTAS NACIONAIS ENCERRA O 1˚CONGRESSO INTERNACIONAL DO LIVRO DIGITAL

(foto de Cleo Velleda)

            O último dia do 1˚ Congresso Internacional do Livro Digital foi reservado para especialistas nacionais. Duas mesas de debates, uma palestra com Silvio Meira e a apresentação de uma pesquisa sobre  livros e conteúdo digital encerraram o evento, considerado pela organização e pelos presentes como um grande sucesso. Ao longo de 3 dias, 588 pessoas passaram pelo auditório do Hotel Maksoud Plaza. O evento reuniu palestrantes de diversas partes do mundo como Colômbia, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha.

            O dia começou com o debate: "O futuro do livro no Brasil". Participaram Sérgio Valente (agência DM9DB) Fredric Litto (Fundação Brasileira de Educação a Distância), Aníbal Bragança e Cláudio de Moura Castro (professores universitários especialistas em livros). Todos apontaram a necessidade do livro se reinventar. Anibal abordou que  cada vez haverá maior oferta de produtos culturais e que a diversidade vai caracterizar nosso tempo. Fredric Litto opinou que ainda não existe um padrão dominante para livros digitais e que textos digitais gratuitos ou baratos crescerão, mas não os textos que precisem de intervenções, como tradução.

             Sérgio Valente sugeriu que o livreiro passasse a se chamar "conhecimenteiro". Ele falou sobre uma pesquisa de Internet  que mostra o brasileiro acessando em média 23 horas por mês. Outro dado é que no Brasil, 66 milhões usam a Internet sendo 30 milhões em Lan Houses. Sérgio encerrou dizendo ¨Papel e tinta são meios, o conhecimento é o fim. Nada acaba com nada, tudo se redefine¨. Já Claudio de Moura Castro revelou que esteve nos EUA e que por lá, o livro digital emplacará por uma questão econômica.


            Na sequência foi divulgada uma pesquisa sobre o hábito do consumidor de conteúdo digital  (acesse este post para ler mais a respeito disso). No período da tarde aconteceu a mesa de debates:  "E o Brasil no contexto digital?". Participaram Jorge Carneiro (editora Ediouro), Marcílio Pousada (Saraiva) e Guy Gerlach (Pearson Education). Marcílio disse que sua editora está investindo, mas ainda não sabe o tamanho do mercado de livros digitais, hoje ainda  pequeno. Mas para ele, em 10 ou 15 anos  o mercado  estará digitalizado, sem uma plataforma única ou dominante. Marcílio crê que em algum momento as editoras terão que dar algo de graça ao consumidor.


             Para Guy Gerlach, antes o editor decidia o que publicar e agora tem que produzir o que o consumidor está pedindo. "A importância das editoras será preservada, mas com mudanças significativas do modelo de negócio". Em outra parte da palestra  Gerlach disse que pela 1ª vez a fotocópia está ameaçada devido ao mercado digital. Jorge Carneiro acredita que com o livro digital mais pessoas poderão ter acesso ao mundo literário e escolher entre mais conteúdos.

            No encerramento do Congresso, Silvio Meira fez uma palestra sobre Literatura Digital: o passado recente e o futuro próximo, vistos de um presente confuso. Silvio acredita que nos próximos 20 anos a capacidade de transmissão e processamento de informação vai aumentar um milhão de vezes e todo conteúdo será serviço com um valor agregado. Para ele "rede é o nome do nosso jogo. Não é o livro ou o leitor".

 (foto de Cleo Velleda)


A Câmara Brasileira do Livro agradece a todos pela divulgação nos últimos 2 meses do 1˚Congresso Internacional do Livro Digital.


Mais informações com a jornalista Gloriete Treviso (11-9174-9174)

PESQUISA SOBRE LIVROS E CONTEÚDO DIGITAL

O Observatório da Leitura, em parceria com a CBL - Câmara Brasileira do Livro - e Imprensa Oficial divulgou no final da manhã desta quarta-feira, 31/03, uma pesquisa inédita sobre o consumidor de livros e de conteúdo digital no Brasil. Galeno Amorim e Maurício Garcia apresentaram os resultados.

O Brasil tem 95 milhões de leitores, sendo que cada brasileiro lê em média 4,7 livros por ano. Um total de 77 milhões não tem hábito de ler livro algum. Em relação a livros digitais, 3% disseram já ter tido acesso.

Uma outra pesquisa sobre conteúdo digital foi realizada com um grupo de leitores de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife. Esses leitores, de 16 a 40 anos costumam frequentar livrarias e pertencem as classes A e B. Eles consideram a livraria o principal canal de distribuição e gostam muito de Megastores. As mulheres costumam comprar por impulso enquanto os homens pesquisam o preço nas livrarias para depois decidirem pela compra no local ou pela internet. A princípio, o livro dentro de um computador ou notebooks foi rejeitado por problemas com luminosidade, bateria, dificuldades para anotações e impressão.

Quando foi apresentado um e-reader, a maioria dos entrevistados achou o aparelho leve, fácil de operar, com bom apelo ecológico e boa capacidade de armazenamento. Mas disseram que não comprariam por enquanto, porque outros irão surgir nos próximos meses com muito mais aplicativos. Foi feita a pergunta: quanto você estaria disposto a pagar por um e-reader? Os paulistas responderam R$ 1.500,00, os cariocas e gaúchos R$1.000,00 e os pernambucanos R$ 250,00.

O dado mais interessante da pesquisa veio com a pergunta: Quanto você pagaria por um livro digital? O resultado foi: ¼ do atual preço de capa de um livro impresso, ou seja, se uma obra impressa custar R$80,00 na livraria, o leitor pagará R$20,00 pela mesma obra digital.

Também foi feita a pergunta: Você pretende comprar livros digitais? Quase a totalidade dos entrevistados respondeu que NÃO. A principal alegação foi a de que o que está na internet é gratuito. Assim como com as músicas, a opção será baixar de algum lugar. Os entrevistados disseram que só comprariam livros digitais se as editoras apresentarem novos atrativos.

terça-feira, 30 de março de 2010

Palestrantes internacionais no 2˚dia do Congresso

        
          O segundo dia do Congresso Internacional do Livro Digital contou com a apresentação de importantes palestrantes internacionais, abordando os mais variados assuntos sobre o livro digital: direitos autorais, o poder das redes sociais, distribuição, novos formatos, etc . O público lotou mais uma vez o auditório no Hotel Maksoud Plaza. No início da tarde, foram necessárias mais duas fileiras de cadeiras, devido ao grande número de pessoas que estavam em pé.


           A primeira palestra do dia foi de Jeff Gomez, CEO da Starlight Runner que abordou: 'O poder do Transmedia'. Ele definiu o assunto como a possibilidade de transmitir mensagens, temas e histórias para o público, com arte,  através de plataformas multimídias. Jeff disse que os maiores visionários do mundo como James Cameron e Steven Spielberg, além dos grandes estúdios estão negociando em Transmedia. "Ela é um caminho de 2 vias: ouvir e responder. As pessoas poderão participar das histórias. Os editores são contadores de histórias e a história é a essência do que produzem".

           Na sequência foi a vez de Calvin Baker que abordou: 'Publicação no Século 21, conteúdo móvel conquista o mundo'. O americano disse que o  livro digital vai contribuir em alguns anos com parte importante das vendas, independentemente da porcentagem e que com a digitalização, as editoras conhecerão melhor quem são seus clientes. Declarou ainda que editoras continuarão a analisar o conteúdo que tem valor, seja em papel ou eletrônico.

           Patricia Arancibia falou sobre criação, conversão e distribuição. Ela apresentou números em que as vendas de livros digitais nos EUA em 2009 subiram 261%, principalmente os de ficção. Hoje 4% dos americanos já lêem livros digitais.  " Em 5 anos o que estamos abordando agora sobre livro digital será primitivo", concluiu. Arantxa Mellado fez a última palestra da manhã, abordando como usar as ferramentas de mídia social no mercado do livro. Ela disse que e 80% das pessoas que lêem gratuitamente o 1º capítulo de um livro, acabam comprando a publicação. "Temos que parar de perseguir o leitor e passar a seduzi-lo. O segredo da mídia social no mundo do livro é o poder das indicações". Outro destaque foi quando declarou  que até hoje os autores foram passivos, mas com a internet, tem que ajudar a promover os livros.

          Depois do almoço foi a vez de Michael Smith afirmar que o  formato e-pub se tornará um padrão mundial, apesar de ainda não estar completo. O e-pub será usado para texto digital e o PDF para conteúdo. Diane Spivey falou sobre os contratos de amanhã, como lidar com os direitos autorais. Para ela, definir questões contratuais agora é falar sobre um futuro que ainda não conhecemos. Mas que não adianta adquirir os direitos de uma obra e não saber o que fazer com elas. Diane concluiu que o contrato precisa cobrir em termos digitais o equivalente ao que se faz no contrato impresso.

          Após um debate com todos os palestrantes internacionais mediado por Ricardo Costa do Publishnews, aconteceu a última palestra com o colombiano Pablo Arrieta. O tema foi: qual a conclusão até agora? Pablo disse que ninguém vai matar o livro e que vai lutar até o fim da vida por ele. Mas agora o leitor é dono do universo e pode fazer coisas incríveis. Analisou também que os livros impressos vão ficar mais bonitos para concorrerem com os digitais.

          Nesta quarta-feira acontece o último dia do Congresso com a participação de palestrantes nacionais, dentre eles: Anibal Bragança, Fredric Litto, Roseli Boschini, Guy Gerlach e Sérgio Valente. O momento mais aguardado será a apresentação da pesquisa sobre o hábito do consumidor de conteúdo digital.


<< Jeff Gomez >>

 

segunda-feira, 29 de março de 2010

ABERTO O CONGRESSO INTERNACIONAL DO LIVRO DIGITAL

      
          Começou na noite desta segunda-feira, 29/03 no Hotel Maksoud Plaza, o 1˚ Congresso Internacional do Livro Digital. O auditório estava lotado de jornalistas e pessoas ligadas ao segmento do livro.

          Na abertura, a presidente da CBL, Rosely Boschini, agradeceu o número de inscritos, o dobro de um evento tradicional do setor , o que mostra a importância do tema livro digital e o interesse das pessoas em ouvir grandes especialistas mundiais no assunto. Na sequência falou Hubert Alquéres, presidente da Imprensa Oficial que afirmou " o grande desafio hoje é a conquista do leitor e o livro digital pode ajudar nessa missão".

          O momento mais aguardado foi a palestra de Juergen Boos (foto), diretor da Feira do Livro de Frankfurt. Dentre os assuntos abordados, Juergen falou sobre a seleção do conteúdo, muito mais importante agora com o livro digital. Disse que "você tem que tentare ousar no mundo digital, mesmo que enfrente dificuldades no início". Em relação a redes sociais, alertou que "precisam ser melhor exploradas pelas empresas pois servem para uma construção de relacionamento". Juergen enfatizou ainda  que  "livros são experiências que transcendem o papel e que hoje a distribuição não é mais uma barreira pois você pode vender um livro diretamente para uma pessoa do outro lado do mundo".

          O Congresso do Livro Digital continua nesta terça-feira (30/03) a partir das 9 horas,  com 7 palestras internacionais: Jeff Gomez, Calvin Baker, Patricia Arancibia, Arantxa Mellado, Michael Smith, Diane Spivey e Pablo Arrieta.

domingo, 28 de março de 2010

Entrevista com Pablo Arrieta






Pablo Arrieta,  palestrante sobre tecnologia para as editoras, fala sobre livro digital

É a sua primeira vez no Brasil?  O que você pensa sobre sua participação no 1˚ Congresso do Livro Digital ?

Não é minha primeira vez no Brasil e eu adorei ser convidado para participar deste fórum. Acho que o mundo está passando por um processo de mudança e é bom ver todos os ângulos possíveis. Parece engraçado ver que a minha primeira viagem ao Brasil, eu fiz convidado pelos livreiros e agora esta segunda, eu faço com as editoras. Estou feliz em compartilhar minha experiência com o público que é a criação de conteúdo e que as pessoas gostem de mim para expandir aventuras na leitura digital.

Qual a sua opinião sobre a questão dos direitos de publicação de e-books?

A evolução tecnológica criou grandes mudanças na forma como produzimos e consumimos informação. Cadeias tradicionais são mais complexas e distantes. Os que antes eram apenas consumidores têm se tornado produtores e distribuidores de switches de conteúdo. Isso tem afetado a forma como se  estabelece o conteúdo literário e, portanto, é necessário redefinir as regras dos direitos de todos os níveis.  Eu não sinto que só se aplica  a conversão de textos tradicionais para um formato de distribuição, tais como ebooks, mas nos faz pensar sobre a validade e a aplicação correcta das leis de propriedade aprovadas bem antes de publicar a explosão dessas mídia e em grande parte desconhecida para a situação atual.
 
Como os editores da Colômbia estão trabalhando com isso?
Devagar e timidamente. Há algumas abordagens, mas não são claros até agora. Os  editores precisam agora mais do que nunca  a participação ativa de um autor comprometido com seu trabalho.

 
Qual é o número de editoras que trabalham com e-books na Colômbia? Como você pensa sobre o mercado colombiano para e-books no mundo?

Há poucos que o fazem, quase todos cobertos por um projeto local que tem uma convenção internacional, mas no momento da compra, são quase invisíveis para o público local. Infelizmente não há nenhuma participação em canais de distribuição grandes como a Amazon, que impede a tomada de nota forte. Além disso, a falta de uma posição clara sobre a diferença de preço entre um objeto real e uma digital impede, por preços, algumas propostas  economicamente interessantes.

sexta-feira, 26 de março de 2010

CONGRESSO NA 'TV ESTADÃO'






O Diretor-Executivo da Câmara Brasileira do Livro (CBL), Eduardo Mendes, fala sobre o Congresso Internacional do Livro Digital na TV Estadão.

 


PROGRAMAÇÃO DO 1˚ CONGRESSO INTERNACIONAL DO LIVRO DIGITAL

        De 29 a 31 de março acontece em São Paulo, no Hotel Maksoud Plaza, o 1˚ Congresso Internacional do Livro Digital, promovido pela CBL - Câmara Brasileira do Livro, Frankfurter Buchmesse e Imprensa Oficial.


        Especialistas do mundo inteiro estarão na cidade para debater os novos rumos do negócio do livro, as oportunidades junto a um potencial imenso de leitores, as questões de direitos autorais, as novas mídias, entre outros assuntos que surgem nesse novo universo do livro digital.

Confira a programação:


DIA 29 DE MARÇO

18h30 - 19h30:  Boas vindas e cadastramento de participantes
19h30 - 20h30: Palestra de abertura com Juergen Boos
20h30 - 21h30: Coquetel entre os participantes

DIA 30 DE MARÇO

8h00 - 9h30: Cadastramento dos participantes
9h30 - 10h15- Jeff Gomez: O poder do Transmedia Storytelling
10h15 - 11h- Calvin Baker : Publicação no Século 21- Conteúdo móvel conquista o mundo
11h - 11h30- Coffee Break
11h30 - 12h15- Patricia Arancibia: Criação, conversão e distribuição: Desenvolvendo uma estratrégia para livros digitais que funciona
12h15 - 13h- Arantxa Mellado : Como usar as ferramentas de mídia social no mercado do livro
13h - 14h30- Almoço
14h30 - 15h15-Michael Smith:  Novos formatos e players: Um mapeamento de mercado
15h15 - 16h- Diane Spivey: Os contatos de amanhã: como lidar com os direitos autorais no futuro
16h - 16h30- Coffee Break
16h30 - 17h15- Todos os palestrantes: Chegamos ao ponto de desequilíbrio?
17h15 - 18h- Pablo Arrieta Gomes:  Atenção: o que foi concluído até agora?

DIA 31 DE MARÇO

9h - 11h- Aníbal Bragança, Claúdio de Moura e Castro e  Fredric Litto: O livro do futuro
11h - 11h30- Coffee Break
11h30 - 12h30- Rosely Boschini e Hubert Alquéres: Apresentação da pesquisa sobre o hábito do consumidor de conteúdo digital.
12h30 - 14h- Almoço
14h - 17h30- Jorge Carneiro, Guy Gerlach e Marcílio Pousada:  E o Brasil nesse contexto?
17h30 - 18h30- Sergio Valente: O marketing do livro e a realidade digital
18h30 - 19h30- Sílvio Meira: O impacto econômico das tecnologias de informação e comunicação


Mais informações em www.congressodolivrodigital.com.br, no blog www.congressodolivrodigital.blogspot.com.br ou com a jornalista Gloriete Treviso - Tel.: 9174-9174